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Restos mortais do jornalista Edmundo Galiza Matos foram a enterrar no Lhanguene

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Restos mortais do jornalista Edmundo Galiza Matos foram a enterrar no Lhanguene





O Sindicato Nacional dos Jornalistas, na cidade de Maputo, acolheu, na manhã desta quarta-feira, o velório do jornalista Galiza Matos que faleceu no último domingo. Colegas, amigos e governantes teceram elogios ao finado, dentre os quais o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que diz que o país perdeu um dos melhores filhos.

Se não fossem as restrições impostas pela COVID-19, o recinto do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) estaria abarrotado de gente e, diga-se, não caberia sequer uma agulha, pois pessoas de diferentes lugares pretenderiam render homenagem ao jornalista Edmundo Galiza Matos.

Mesmo assim, foi notável a presença massiva de pessoas que, observando as medidas de prevenção da pandemia, entravam e saiam para render a sua homenagem ao jornalista, bem como prestar solidariedade à família enlutada.

O Primeiro-ministro, Carlos Agostinho Do Rosário, lamentou a perda e destacou as qualidades profissionais e humanas de Galiza Matos. “O país perdeu um dos seus melhores filhos, um jornalista muito preocupado com a ética e com a deontologia, um jornalista muito preocupado em divulgar o país real, todo Moçambique, para todo mundo, um jornalista moralmente forte. Esses valores são fortes e devem, pois, ser uma inspiração para todos os jornalistas”, descreveu o governante a par de várias individualidades que marcaram presença no SNJ.

No elogio fúnebre, apresentado pelos filhos, Galiza Matos Júnior descreveu o momento como sendo o mais duro para a família, caracterizou o seu falecido pai como um patriota e pediu aos terroristas que parassem os ataques em Cabo Delgado como melhor forma de homenagear o pai que começou a carreira jornalística naquela província.

“Aos insurgentes que destroem aquele pedaço do mundo que me viu nascer e que sei que gostavas, vai em nosso nome um recado para que parem de matar, se me estiverem a escutar, podem crer que esse será o maior presente para Edmundo, nosso pai”.

As palavras do Administrador do distrito de Vilanculos foram ouvidas em ambiente de muita consternação, dor, luto e emoção.

Além de governantes, pessoas anónimas renderam homenagem a Galiza Matos e os intervenientes no velório destacaram as qualidades profissionais e humanas do jornalista.

Abdul Naguib, Presidente do Conselho de Administração da Rádio Moçambique, disse que “como indivíduo, era uma pessoa extremamente muito zelosa na sua relação com a empresa, mostrando-se disponível ao trabalho e não na transferência ilícita e maliciosa de informação, vulgo fofoca.”

Eduardo Constantino, Secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas, disse que “viemos aqui dizer-te que continuarás a ser recordado por nós como um fiel amigo, um exemplo a seguir”.

Sinai Nhatitma, membro da família do jornalista Galiza Matos, endereçou as gratificações aos presentes. “Tenho de agradecer, em nome da família Nhatitima, aos presentes nesta cerimónia, a outros que não estão aqui por razões óbvias e a todos que ajudaram Edmundo Galiza Matos a cumprir a sua missão como jornalista e como cidadão deste país”.

João Matola, ex-colega do malogrado na Rádio Moçambique, descreveu as qualidades profissionais de Matos como jornalista. “A marca que fica no meio deste percurso com Edmundo é o elevado grau de profissionalismo; ele era extremamente profissional e exigente consigo mesmo e era uma pessoa aberta sobretudo”.

Adão Matimbe, da nova geração de jornalistas do canal público de radiodifusão em Moçambique, também disse que aprendeu bastante daquele que é considerado o ícone do jornalismo radiofónico no país.

“Ele queria ver uma rádio cada vez melhor, por isso mesmo passava estas lições para nós, os mais novos, que acabávamos de abraçar a profissão”.

Os restos mortais de Galiza Matos foram a enterrar no Cemitério de Lhanguene numa cerimónia restrita que só foi reservada à família e algumas pessoas próximas.

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